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A posição de navios em combate é algo estratégico. Revelar a localização para o inimigo pode significar uma derrota. Por isso, é comum que tropas utilizem táticas para confundir o adversário. É exatamente isso que a China pretende fazer com uma nova tecnologia que simula uma armada inteira de navios usando apenas uma embarcação real.
O projeto, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Telemetria de Pequim, foi descrito em um artigo revisado por pares publicado no Journal of Systems Engineering and Electronics e relatado inicialmente pelo South China Morning Post (SCMP).
A tecnologia permite criar uma verdadeira “armada fantasma” nos radares inimigos, utilizando dispositivos que bloqueiam sinais de forma coordenada. Ou seja, para o radar adversário, uma única embarcação pode parecer dezenas.
O sistema funciona com pequenos dispositivos eletrônicos de interferência de baixo custo, capazes de fazer um único navio de guerra aparecer como uma frota inteira no radar inimigo.

Quatro bloqueadores eletrônicos conectados emitem sinais de navios falsos, criando clones virtuais da embarcação real. Segundo a descrição do projeto, a tecnologia pode enganar até mesmo sistemas de radar avançados.
O grande diferencial está no baixo custo. Tecnologias semelhantes já existiam, mas eram caras e não reproduziam com precisão a assinatura eletromagnética de navios modernos.
Nesse caso, porém, basta um pequeno processador para registrar uma onda de radar quando ela ultrapassa um limite de voltagem pré-estabelecido.
Modelo de “frota fantasma” é flexível
Além disso, diferentemente de modelos tradicionais, mais rígidos, essas “iscas” podem ser ajustadas em tempo real, adaptando-se às necessidades do combate.
De acordo com os pesquisadores, essas matrizes coordenadas são capazes de remodelar a paisagem eletromagnética do campo de batalha, numa capacidade que descrevem como “escultura do ambiente eletromagnético”, conforme relatado pelo jornal chinês.
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O sistema pode, por exemplo, enganar frotas inteiras de navios inimigos e até mesmo fazer com que mísseis errem o alvo (uma vantagem valiosa em combate).
Claro que nem tudo são vantagens. Os pesquisadores admitem que a simplicidade do sistema de 1 bit pode torná-lo vulnerável a contramedidas inimigas. Por isso, planejam aprimorar o dispositivo com inteligência artificial.
Fonte: Olhar Digital