Huracán e Platense disputarão no próximo domingo (1º), em Santiago del Estero, a final do Campeonato Argentino. Há mais de 80 anos, na única decisão entre os dois clubes na história, eles disputaram a extinta Copa Adrián Escobar, em um duelo que terminou com vitória e título do Globo por um critério de desempate no mínimo curioso: escanteios a favor.
A Copa Adrián Escobar foi um torneio organizado pela AFA (Associação do Futebol Argentino) em sete oportunidades entre 1939 e 1949, e levava o nome do presidente da entidade na edição inaugural do evento. Escobar seria mais tarde embaixador da Argentina na França e nos Estados Unidos.
A competição era disputada no fim da temporada, após o término do Campeonato Argentino. O campeão nacional se classificava diretamente para a semifinal da copa, enquanto as equipes do segundo ao sétimo lugar jogavam confrontos pelas quartas de final.
As partidas eram jogadas em dois tempos de 20 minutos. Em caso de empate, disputavam mais dois tempos de 10. Se a igualdade persistisse, vencia o duelo quem tivesse mais escanteios a favor.
Na edição de 1943 da Copa Adrián Escobar, o Huracán superou o River Plate nas quartas e enfrentou o Independiente na semifinal. O duelo terminou empatado por 0 a 0, e com três escanteios para cada um. Foi preciso então que o presidente da AFA na época, Alberto Jacinto Armando, organizasse um cara ou coroa, que definiria o classificado. E deu Huracán na moeda.
O Platense, que havia eliminado o Estudiantes na estreia, encarou na semi o então campeão nacional Boca Juniors. Após empate por 1 a 1, o Calamar eliminou o Xeneize ao conseguir mais escanteios que o adversário: 7 contra 3.
Huracán e Platense decidiram o torneio no Estádio Gasómetro da Avenida La Plata, casa do San Lorenzo, arquirrival do Huracán, no dia 11 de dezembro de 1943.
O duelo acabou empatado em 0 a 0 ao fim da prorrogação, e então foi preciso recorrer ao inusitado critério de desempate. Com quatro escanteios a favor e apenas um contra, o Globo foi declarado campeão.
“O time do Club Atlético Huracán, novo campeão da Copa Escobar, se apresentou com os seguintes jogadores: Barrionuevo; Marinelli e Alberti; Corso, Sbarra e Titonelli; Perdomo, Ménder, Salvini, Simes e Unzué. (…) A equipe se impôs pela qualidade de sua defesa, pois triunfou por ter cedido menos escanteios”, publicou a Revista El Gráfico, em sua edição de 17 de dezembro de 1943, destacando o curioso critério que consagrou o título do Globo sobre o Calamar.
No próximo sábado, Huracán e Platense voltarão a se enfrentar em uma final depois de oito décadas. Contudo, diferentemente do que ocorria na Copa Adrián Escobar, torcedores e atletas das duas equipes poderão ficar mais tranquilos quanto ao número de escanteios. Em caso de empate, o campeonato vai ser decidido nos pênaltis.
Fonte: CNN Brasil