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quarta-feira, 25 dezembro, 2024
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Explosão em usina ucraniana rompe barragem, e ameaça central nuclear europeia

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Na terça-feira (6), um ataque no sul da Ucrânia resultou na ruptura da barragem de uma usina hidrelétrica, causando inundações na cidade de Nova Kakhovka e colocando em risco o funcionamento da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa.

A região, incluindo a cidade, está atualmente sob controle da Rússia. Ambos os países trocam acusações sobre a autoria do ataque, e a União Europeia já mencionou a possibilidade de crime de guerra devido à explosão.

Em algumas áreas, o nível da água subiu cerca de 11 metros, levando a região inteira – com cidades controladas por ambos os lados – a entrar em estado de alerta. Centenas de pessoas já foram obrigadas a abandonar suas casas.

O incidente ocorreu na barragem de Nova Kakhovka, na região de Kherson, área disputada pelas tropas de Kiev e Moscou. O Kremlin afirmou que a explosão da barragem foi um ato terrorista do governo ucraniano e abriu uma investigação.

Por outro lado, Kiev nega a autoria e acusa as tropas russas. Moradores locais têm se queixado há semanas sobre inundações decorrentes da má gestão da usina hidrelétrica pelo governo temporário imposto pela Rússia na região.

De acordo com a agência estatal russa RIA, cerca de 22 mil pessoas podem ser afetadas, enquanto o governo ucraniano afirma que 80 vilarejos correm o risco de serem inundados.

A barragem atacada foi construída em 1956 e possui um reservatório de 18 km³. Esse reservatório fornece água para a península da Crimeia e para a usina nuclear de Zaporizhzhia, ambas situadas em territórios ucranianos controlados pela Rússia.

A usina de Zaporizhzhia, ocupada por tropas russas há meses, está a aproximadamente 125 quilômetros de Nova Kakhovka, às margens do mesmo rio onde fica a barragem.

O governador de Kherson, alinhado ao governo ucraniano, alertou que a água pode atingir níveis críticos nas próximas horas.

A agência estatal de energia atômica da Ucrânia informou que a explosão da barragem representa um risco para a usina nuclear de Zaporizhzhia, que utiliza a água do reservatório para a segurança das operações. No entanto, segundo a agência, a situação está sob controle.

De acordo com a agência estatal de energia hidrelétrica da Ucrânia, a usina de Kakhovka foi completamente destruída após a explosão na sala de máquinas, e não há possibilidade de restauração.

As versões dos acontecimentos são divergentes. Após a Ucrânia afirmar que a barragem havia sido alvo de um bombardeio russo, o prefeito da cidade onde fica a usina, alinhado ao governo russo, negou a explosão e disse que tudo estava “calmo e tranquilo”.

No entanto, momentos depois, o prefeito mudou sua versão e confirmou o bombardeio à barragem, classificando o incidente como um “grave ato terrorista” e acusando a Ucrânia.

Agências de notícias russas afirmam que a barragem foi destruída por uma série de bombardeios ucranianos.

As autoridades ucranianas relataram que o presidente Volodymyr Zelensky convocou uma reunião de emergência para discutir a destruição da barragem. A inteligência militar da Ucrânia considera o caso um crime de guerra.

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