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segunda-feira, 21 abril, 2025
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EUA pedem que empresa seja desmembrada

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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou que o juiz Amit P. Mehta, da Corte Distrital do Distrito de Columbia, ordene a divisão do Google, como forma de lidar com o monopólio da gigante da tecnologia na busca online.

O pedido foi feito nesta segunda-feira, durante o início de uma audiência de três semanas que pode reconfigurar a estrutura da empresa, avaliada em impressionantes US$ 1,81 trilhão. O caso tem o potencial de alterar profundamente o poder das empresas de tecnologia no Vale do Silício.

Em uma decisão preliminar de agosto, o juiz Mehta determinou que o Google havia violado as leis antitruste para manter sua posição dominante no mercado de busca na internet. A audiência atual, que se concentra nos possíveis “remédios” para corrigir essa violação, deve resultar em ordens definitivas até o final do verão norte-americano.

O governo argumenta que, para restaurar a concorrência, o Google deveria ser forçado a vender seu popular navegador Chrome, o qual direciona uma grande quantidade de usuários ao seu mecanismo de busca.

Governo americano quer forçar a venda do Chrome e limitar acordos

Em sua argumentação, os advogados do governo pediram que o juiz Mehta interviesse não apenas nas transações feitas pelo Google com empresas como Apple e Samsung, mas também na sua prática de garantir exclusividade à Busca do Google nos navegadores e smartphones dessas empresas.

Segundo David Dahlquist, advogado do Departamento de Justiça, o objetivo não é uma “vitória ilusória”, mas sim um marco que mostre que existem consequências reais para empresas que violam as leis antitruste.

Imagem para ilustrar tutorial acerca do Google Chrome
Google Chrome pode acabar vendido como parte de ação antitruste contra o Google (Imagem: 2lttgamingroom / Shutterstock.com)

A venda do Chrome, segundo o governo, seria uma medida essencial, pois o navegador é uma “porta de entrada significativa” para a Busca do Google. Com a venda, rivais teriam acesso a uma quantidade considerável de consultas de pesquisa, o que ajudaria na competição com o Google. Além disso, a proposta do governo inclui a restrição dos pagamentos que o Google realiza para garantir sua presença como mecanismo de busca padrão, o que, de acordo com os procuradores, tem travado a concorrência.

Google quer poucas mudanças e continuidade nos acordos

Por outro lado, os advogados do Google defenderam uma abordagem mais limitada. Eles argumentaram que as soluções propostas pelo governo são excessivas e desnecessárias. John Schmidtlein, principal advogado da empresa, sugeriu que o juiz deveria se concentrar exclusivamente nos acordos do Google com parceiros estratégicos, como Apple e Samsung, em relação ao mecanismo de busca padrão.

Para o Google, os ajustes poderiam ser feitos apenas nesses contratos, com a inclusão de cláusulas que permitissem renegociações anuais.

O Google também afirmou que sua popularidade se deve ao fato de o seu serviço ser superior aos concorrentes, como o Bing da Microsoft e o DuckDuckGo. A empresa sustentou que continua a investir constantemente para manter sua liderança no setor de buscas, com melhorias contínuas em seus algoritmos e tecnologias.

Consequências para o Google e o mercado de IA

Além da batalha sobre a busca na internet, o Google enfrenta desafios adicionais, incluindo uma possível divisão de seu negócio de tecnologia de anúncios, após outra decisão judicial que reconheceu o monopólio da empresa em algumas ferramentas de vendas de anúncios.

Além disso, a disputa judicial envolve um contexto mais amplo, que inclui as novas disputas em torno da inteligência artificial (IA). O Departamento de Justiça manifestou preocupação de que o Google possa aplicar sua estratégia de monopolização no mercado de buscas à IA, algo que já está acontecendo com seu chatbot Gemini.

Google Gemini em funcionamento em um smartphone
Gemini também é alvo da disputa judicial (Imagem: Gguy/Shutterstock)

O governo alertou que o juiz Mehta deve garantir que o Google não use sua posição dominante na pesquisa online para estender seu monopólio para outras áreas emergentes, como a IA. A empresa, por sua vez, argumentou que os rivais da IA, como o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, têm demonstrado uma competição robusta, com ou sem intervenções do governo.

Leia mais:

O futuro da indústria de tecnologia

  • O caso envolvendo o Google, aberto em 2020 durante o governo de Donald Trump, representa uma continuidade da atenção governamental às grandes empresas de tecnologia.
  • Além do Google, empresas como Apple, Meta e Amazon também enfrentam processos antitruste nos Estados Unidos.
  • A Meta atualmente está em um julgamento sobre a compra de Instagram e WhatsApp.
  • Independentemente do desfecho do caso, a pressão sobre gigantes tecnológicos continua, com o governo dos Estados Unidos comprometido em revisar e regular de forma mais rigorosa práticas que, na visão dos procuradores, têm minado a concorrência saudável no mercado digital.
  • O veredito do juiz Mehta pode, portanto, moldar o futuro das grandes empresas de tecnologia, tanto em termos de suas operações internas quanto de sua capacidade de influenciar mercados emergentes, como o de inteligência artificial.




Fonte: Olhar Digital

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