A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Ministério Público Federal contra o TikTok por supostamente induzir jovens a receber conteúdos misóginos e contra minorias. Ela pede uma investigação sobre o algoritmo adotado pela plataforma, com a interrupção imediata do direcionamento de publicações discriminatórias.
A representação de Hilton se baseia em um estudo do Núcleo Jornalismo, em parceria com a revista AzMina, a revelar que perfis de meninos entre 14 e 15 anos são expostos gradualmente a discursos de ódio, que começam em tecnologia e economia, mas levam a conteúdos sobre submissão feminina e ideais “tóxicos” de masculinidade.
Para chegar ao resultado, o monitoramento criou perfis fictícios de jovens e monitorou o feed por dois meses. Todas as contas receberam no início postagens neutras, mas, mesmo sem interação com quaisquer páginas, o algoritmo passou a recomendar vídeos motivacionais, religiosos e sobre “postura masculina’” alinhados à extrema-direita.
Na representação, a deputada sustenta que adolescentes têm sido moldados pelo algoritmo em uma fase crítica com estereótipos de “homem provedor” e de mulheres cujo valor estaria na “obediência e na adesão aos papéis tradicionais” de gênero.
Segundo Erika Hilton, a exposição a esses conteúdos e a ausência de um filtro para contas categorizadas como de menores de idade contrariam o Estatuto da Criança e do Adolescente. A “marcação” desses perfis para receber conteúdos também viola a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet, argumenta a parlamentar do PSOL.
Por:Carta Capital