Duas entidades representantes de servidores do Poder Judiciário criticaram a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ser intimado, na última quarta-feira 23, para se defender na ação penal por tentativa de golpe de Estado.
O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil divulgaram um comunicado no qual afirmam que a oficiala de Justiça “agiu com total observância da legalidade, estrito rigor técnico e absoluta imparcialidade”.
“A manifestação da inconformidade deve ocorrer por meio dos instrumentos legais disponíveis, e não através de práticas que atentam contra a dignidade dos agentes públicos no cumprimento de seu dever”, disseram as entidades.
“Repudiamos de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da oficiala de justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade.”
O caso veio à tona depois de os perfis de Bolsonaro publicarem um vídeo em que o ex-presidente critica a intimação, realizada na UTI do Hospital Vila Nova Star, em Brasília.
Na gravação, o ex-capitão pergunta se a oficiala tinha “ciência de que estava em uma UTI” e se exalta com os presentes. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal informou que pode abrir uma sindicância contra o hospital por ter permitido o acesso de pessoas à UTI.
O STF, por sua vez, justificou a intimação pelo fato de Bolsonaro ter realizado uma live na terça-feira 22 direto da UTI.
Na transmissão, intitulada Super Live do Capacete Bolsonaro – com Nelson Piquet, o ex-presidente aparece com seus filhos e o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. O evento serviu para divulgar a venda de uma marca de capacetes.
Por:Carta Capital