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segunda-feira, 5 maio, 2025
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descoberta revela desespero antes de morte em família

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Um estudo publicado semana passada na revista científica E-Journal of the Pompeii Excavations revela detalhes impressionantes sobre as últimas horas de uma família que tentou escapar da erupção do vulcão Vesúvio no ano 79. Os restos mortais de quatro pessoas foram encontrados em um quarto da antiga cidade de Pompeia, coberta por cinzas há quase dois mil anos.

As vítimas estavam em uma casa decorada com uma pintura mitológica nas paredes, que deu ao local o nome de Casa de Elle e Frisso. A imagem mostra uma jovem chamada Elle tentando salvar o irmão antes de se afogar – uma cena trágica que combina com o destino dos moradores da residência.

Durante as escavações, arqueólogos localizaram os ossos dos quatro ocupantes, incluindo o de uma criança. Próximo aos corpos, foi achado um amuleto de bronze chamado bulla, um objeto usado por meninos romanos até a idade adulta como símbolo de proteção.

La casa di Elle e Frisso - Gli ultimi momenti di Pompei. Cronaca di un tentativo di salvezza

Os pesquisadores também encontraram o contorno de uma cama empurrada contra a porta, numa tentativa de bloquear a entrada de pedras e cinzas. Usando gesso, eles criaram um molde do móvel, o que ajudou a entender melhor os momentos finais das vítimas antes da morte.

Boa parte dos esqueletos estava danificada por escavações feitas de forma descuidada no século 18. Isso dificultou a análise das posições em que os corpos foram encontrados. Mesmo assim, os cientistas conseguiram traçar uma ideia geral do que aconteceu dentro da casa.

A pintura das figuras mitológicas Elle e Frisso na casa onde a família vivia prenunciava a tragédia dos moradores encontrados mortos no cenário. Crédito: Parque Arqueológico de Pompeia

A hipótese é que os moradores, ao verem pequenos fragmentos de rocha chamados lapilli entrarem pela abertura do teto, correram para o quarto tentando se proteger. Eles acreditavam que bloquear a porta com a cama seria suficiente para sobreviver.

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Erupção destruiu Pompeia e Herculano

No entanto, essa tentativa de proteção não foi capaz de evitar o pior. A erupção passou para uma fase ainda mais perigosa, liberando uma nuvem quente de gás e detritos, o chamado fluxo piroclástico. Esse fenômeno destruiu tudo em seu caminho, inclusive Pompeia e a cidade vizinha de Herculano.

Crânios encontrados na casa revelam que pelo menos um dos mortos era criança. Crêdito: Parque Arqueológico de Pompeia

Em um comunicado, Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, comentou como os moradores tentaram se salvar com os poucos recursos que tinham. “Eles bloquearam a porta com uma cama. Não foi o suficiente. O fluxo piroclástico invadiu todos os cômodos da casa, cobrindo tudo com cinzas superaquecidas”.

Os pesquisadores acreditam que a nuvem de gás ou a queda de parte do teto causaram a morte dos quatro. No entanto, como os corpos foram encontrados fora do lugar original por escavações antigas, é impossível ter certeza total sobre como cada um morreu.




Fonte: Olhar Digital

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