Você já se perguntou qual é o segredo da felicidade? Um artigo publicado nesta sexta-feira (2) na revista Nature Human Behavior pode trazer a resposta para essa questão existencial.
Segundo a pesquisa, a felicidade pode ter origens diferentes para cada pessoa. Para alguns, ela vem de dentro. Para outros, é moldada por fatores externos, como saúde, emprego e relacionamentos. E há quem não se encaixe em nenhuma dessas categorias.
Durante séculos, filósofos e cientistas buscaram entender o que nos faz felizes. Nos últimos anos, relatórios internacionais vêm tentando encontrar caminhos para melhorar o bem-estar global. Mas ainda não havia uma resposta única que servisse para todos.
De baixo para cima e de cima para baixo
A psicóloga Emorie Beck, da Universidade da Califórnia, nos EUA, liderou um estudo com mais de 40 mil pessoas. Ela defende que compreender as origens da felicidade é essencial para criar ações que realmente façam diferença na vida das pessoas.
Existem três principais teorias sobre a felicidade. A primeira é a “de baixo para cima”: nossa satisfação geral seria reflexo do quanto gostamos de aspectos práticos da vida, como moradia, renda, saúde e vínculos afetivos.

Esse modelo é seguido por relatórios como o da Organização das Nações Unidas (ONU), que recomendam políticas públicas voltadas para melhorar essas áreas. A ideia é que se o ambiente melhora, a felicidade aumenta.
Mas há também a teoria “de cima para baixo”. Ela diz que a felicidade nasce de dentro, de características pessoais como otimismo e equilíbrio emocional. Nesse caso, práticas como meditação ou terapia poderiam fazer mais diferença que dinheiro ou status.
A terceira hipótese combina as duas abordagens. Ou seja, a felicidade seria fruto de uma troca constante entre fatores internos e externos. Melhorar qualquer um deles ajudaria no bem-estar geral.
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Não existe um único padrão que explique a felicidade
Para entender melhor essas possibilidades, os pesquisadores analisaram dados de moradores da Alemanha, Reino Unido, Suíça, Holanda e Austrália. As entrevistas foram feitas ao longo de até 30 anos.
As perguntas mediam a satisfação geral com a vida e em áreas específicas como saúde, trabalho e relacionamentos. O resultado foi surpreendente: não existe um único padrão que explique a felicidade.
Algumas pessoas são mais influenciadas pelo ambiente externo. Outras, por fatores internos. Há ainda um grupo para o qual nenhuma dessas influências parece determinar o bem-estar.
Em um comunicado, Beck explica que isso mostra que políticas públicas amplas podem não funcionar para todos. A chave pode estar em soluções personalizadas, que levem em conta tanto o contexto quanto as características de cada um.
“A felicidade não depende só do que nos cerca, nem apenas de como pensamos. É uma combinação que varia de pessoa para pessoa”, conclui a pesquisadora.
Fonte: Olhar Digital