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quinta-feira, 13 março, 2025
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Confrontos marcam protesto de aposentados contra governo Milei

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Protesto de aposentados contra Milei termina em violência policial

Uma manifestação de aposentados contra Milei, realizada na quarta-feira (12) em Buenos Aires, terminou com forte repressão policial. O protesto, que ocorre semanalmente, denunciava a perda do poder aquisitivo e as políticas de ajuste do governo. A violência do Estado deixou 21 pessoas feridas e resultou em 124 detenções, incluindo 30 mulheres.

A presença de torcedores de futebol ampliou a mobilização. Com bandeiras de cerca de trinta clubes, os manifestantes enfrentaram a polícia nos arredores do Congresso e na Plaza de Mayo, onde fica a Casa Rosada. Durante o ato, gritos como “Milei, lixo, você é a ditadura!” ecoaram pelas ruas da capital argentina.

Repressão marca o protesto de aposentados contra Milei

Os confrontos começaram no início da tarde, quando os manifestantes romperam os bloqueios policiais. A polícia reagiu com gás de pimenta, balas de borracha e caminhões hidrantes, tentando dispersar a multidão.

Em uma das cenas mais chocantes, uma idosa foi empurrada por um policial, bateu a cabeça no chão e ficou desacordada. O vídeo do momento viralizou nas redes sociais, gerando ampla indignação.

O fotógrafo Pablo Grillo também foi gravemente ferido. Ele foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo, sofreu uma fratura no crânio e precisou passar por cirurgia de emergência no Hospital Ramos Mejía.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que houve 124 prisões. O número evidencia a intensificação da repressão aos protestos desde o início do governo Milei.

Aposentados sofrem com a crise e a violência do governo Milei

O protesto de aposentados contra Milei denuncia a precarização das condições de vida. Quase 60% dos aposentados recebem o benefício mínimo, equivalente a 340 dólares (R$ 1.980). Além disso, o governo congelou um bônus de reforço que representava cerca de 70 dólares (R$ 408), agravando a crise financeira dos mais vulneráveis.

Nos últimos meses, a repressão a esses atos aumentou significativamente. Imagens de idosos sendo atingidos por gás lacrimogêneo circulam com frequência, provocando revolta e levando torcedores de futebol a se unirem aos protestos em solidariedade.

Patricia Mendía, de 60 anos, acompanhava sua mãe de 84 anos e criticou a violência policial. “Nos expulsaram do Congresso, mas seguimos em defesa dos nossos avós. Não podemos aceitar essa injustiça”, afirmou enquanto marchava em direção à Casa Rosada.

Torcedores apoiam aposentados contra Milei

A adesão dos torcedores aos protestos começou após a circulação de imagens de um aposentado vestindo a camisa do Chacarita Juniors, atingido por gás lacrimogêneo em um dos atos. A cena despertou indignação, levando torcedores de diversos clubes a comparecerem em apoio aos aposentados.

Entre os manifestantes, havia integrantes de times como River Plate, Boca Juniors, Racing e Independiente. Os gritos de “Se tocarem nos velhos, vai ter confusão!” ecoaram em meio à repressão violenta.

A frase de Diego Maradona, dita em 1992, virou lema do movimento: “Tem que ser muito covarde para não defender os aposentados.” Vídeos com o discurso do ídolo do futebol viralizaram, fortalecendo a mobilização popular.

Políticas de Milei aumentam a indignação popular

A política de Milei de liberar os preços elevou drasticamente o custo de vida. Medicamentos e serviços essenciais dobraram de preço em menos de um ano. Essas medidas, somadas à repressão policial, aumentam o descontentamento popular em toda a Argentina.

Para Cristina Delgado, de 85 anos, que recebe a aposentadoria mínima, a situação atual remete aos períodos mais sombrios da história do país. “Passei por quatro ditaduras, mas isso é pior, porque é na democracia”, desabafou durante o protesto.

A crescente violência contra manifestantes e a insensibilidade do governo Milei com os mais vulneráveis evidenciam um cenário de repressão e crise social. A mobilização, porém, não dá sinais de recuo, e os aposentados seguem ocupando as ruas em defesa de seus direitos.

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