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terça-feira, 20 maio, 2025
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Casos de violência contra jornalistas caem, mas o cenário ainda é desafiador no Brasil – CartaCapital

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Mesmo com uma redução no número de casos, a violência contra jornalistas continua a ser uma ameaça concreta à liberdade de imprensa no Brasil. O Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2024, divulgado nesta terça-feira 20 pela Federação Nacional dos Jornalistas, a Fenaj, aponta 144 casos de ataques a profissionais da imprensa – o equivalente a uma agressão a cada dois dias e meio.

Trata-se de uma queda de 20,44% em relação a 2023, quando houve o registro de 181 episódios. No entanto, a Fenaj alerta que os dados ainda indicam um cenário grave. “A redução nos números não pode ser usada para minimizar a gravidade da situação. A liberdade de imprensa está sob ataque constante, e proteger o jornalismo é proteger a democracia”, afirmou a presidenta da entidade, Samira de Castro.

Entre os diversos casos relatados, um dos mais graves ocorreu em Goiás, em agosto de 2024, quando uma mulher tentou atropelar uma equipe da TV Serra Dourada que fazia uma reportagem sobre maus-tratos a animais em um abrigo. A repórter Esthéfany Araújo, grávida, foi alvo direto da agressora, que acelerou o carro em sua direção. Após a tentativa de atropelamento, a mulher desceu do veículo e, aos gritos, tentou tomar o equipamento dos profissionais.

Apesar de nenhum jornalista ter sido morto no exercício da profissão em 2024, o relatório aponta uma escalada de ameaças graves, além de casos de tentativa de homicídio, censura, assédio judicial e ataques misóginos e simbólicos.

O assédio judicial despontou como uma das formas mais frequentes de ataque, com 23 registros. Já os casos de censura mais que dobraram, passando de 5 em 2023 para 11 em 2024. Políticos, assessores e apoiadores da direita e da extrema-direita responderam por 47,22% das agressões.

Profissionais de mídias digitais foram os mais atingidos, representando 43,75% dos casos. A polarização política se refletiu especialmente no período eleitoral, entre maio e outubro, que concentrou quase 40% dos ataques – julho foi o mês mais violento do ano.

No cenário internacional, a situação é ainda mais crítica. A Federação Internacional dos Jornalistas registrou 122 jornalistas assassinados em 2024, a maioria na Faixa de Gaza, durante o conflito entre Israel e Hamas.



Por:Carta Capital

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