26 C
Manaus
segunda-feira, 19 maio, 2025
InícioBrasilCano como chuveiro e 6 m²: veja como é a cela de...

Cano como chuveiro e 6 m²: veja como é a cela de Tuta em presídio federal

Date:


A Penitenciária Federal em Brasília foi escolhida para abrigar Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta. É em uma das 208 celas da unidade que está o preso. As celas são individuais, com 6 metros quadrados.

No local há cama, escrivaninha, banco e prateleiras em alvenaria, além de banheiro com sanitário, pia e um cano no lugar do chuveiro para sair água. O enxoval para o preso é composto por duas camisetas manga curta e longa, calça, agasalho, tênis, sapato, lençol, toalha, travesseiro e meias. No kit de higiene, há sabonete, desodorante, escova, creme dental, papel higiênico e produtos de limpeza do ambiente.

Tuta ficará 22 horas do dia dentro da cela. Os internos têm direito a banho de sol de duas horas. São oferecidas seis refeições por dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

No período de triagem, que são os 20 primeiros dias na unidade prisional, como é o caso do traficante, o recém-chegado fica em uma cela de isolamento que tem aproximadamente 9 metros quadrados. Nela, há espaço para banho de sol individualizado. Ou seja, sem contato com demais presos.

Exclusivo: CNN entra na penitenciária federal onde está cúpula do PCC; veja como é

Segundo o Sistema Penitenciário Federal (SPF), há sempre uma equipe multidisciplinar com médicos, psiquiatras, psicólogos, dentistas, enfermeiros, assistente social e demais setores que realizam o atendimento inicial desse interno para avaliar as condições de saúde.

É nessa fase de adaptação que o interno conhece seus deveres e direitos dentro de uma prisão federal. Somente advogados constituídos podem visitar o detento nesse período de inclusão.

Os cinco presídios do SPF — Campo Grande (MS), Brasília, Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Catanduvas (PR) — têm projeto arquitetônico igual, com cerca de 12,3 mil metros quadrados de área construída.

O acesso

São três barreiras de segurança e nenhum objeto pessoal passa no primeiro raio-x. Do lado de fora ficam sapatos, cintos, celular, chaves, moedas e qualquer outro objeto metálico.

A penitenciária também tem um scanner corporal, usado para visitantes e advogados, que identifica possíveis objetos proibidos. No parlatório é onde ocorre o contato entre defensores e detentos. Há um vidro entre eles e um telefone para as conversas. Tudo é gravado.

Quem pode ser transferido para uma penitenciária federal

De acordo com um decreto presidencial de 2009, o preso transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima precisa se enquadrar em pelo menos um desses critérios:

  • Ter desempenhado função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa;
  • Ter praticado crime que coloque em risco a sua integridade física no ambiente prisional de origem;
  • Estar submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado – RDD;
  • Ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça;
  • Ser réu colaborador ou delator premiado, desde que essa condição represente risco à sua integridade física no ambiente prisional de origem; ou
  • Estar envolvido em incidentes de fuga, de violência ou de grave indisciplina no sistema prisional de origem.

Líderes criminosos como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, também estão presos em penitenciárias federais. Marcola também está em Brasília.

Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), “os presos são incluídos no Sistema Penitenciário Federal por um prazo de 3 anos, podendo sua permanência ser prorrogada quantas vezes forem necessárias com base em indícios de manutenção dos motivos que fizeram que ele fosse transferido para o SPF, a partir de decisão judicial”.

Prisão na Bolívia

Em ação conjunta com a Polícia Federal, agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia prenderam Tuta na noite de sexta-feira (16), em Santa Cruz de la Sierra.

Condenado a 12 anos de prisão no Brasil por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, ele constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020.

A prisão ocorreu após o traficante comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando um documento falso em nome de Maicon da Silva – cujas informações também já constavam no banco internacional de dados.

O agente boliviano acionou um oficial da Polícia Federal brasileira que atua em Santa Cruz de la Sierra que, por sua vez, mandou a informação para a central da Interpol em Brasília. Com o cruzamento de dados biométricos, os agentes brasileiros confirmaram que se tratava de um foragido da Justiça.

A partir da confirmação de sua verdadeira identidade, ele foi detido pela Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado na Bolívia (FELCC).



Fonte: CNN Brasil

spot_img
spot_img
Sair da versão mobile