A Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG) aprovou, na terça-feira 8, um projeto que autoriza o uso da Bíblia em escolas públicas e particulares para disseminação de conteúdo cultural, histórico, geográfico e arqueológico.
De autoria de Flávia Borja (DC), a proposta recebeu 28 votos favoráveis, oito contrários e duas abstenções. O texto segue para redação final e, na sequência, para a sanção do prefeito Álvaro Damião (União).
Borja alega que o projeto permite aos professores ensinar histórias de civilizações antigas que não estariam em outras fontes, além de trabalhar com diferentes gêneros literários, como crônica, poesia e parábola.
Vereadores progressistas, por outro lado, questionaram a constitucionalidade da matéria. Para Juhlia Santos (PSOL), ela fere o princípio de laicidade do Estado.
“Aprovar esse PL seria rasgar as leis e permitir que alianças entre o poder público e a religião sejam mantidas”, criticou. “Estou me sentido no século XVIII, em que o Estado não era separado da religião”, endossou Pedro Patrus (PT).
Além disso, ressaltaram Juhlia Santos e Cida Falabella (PSOL), na Bíblia há trechos inadequados para crianças e adolescentes, como a passagem do livro de Deuteronômio que “indica o apedrejamento de crianças desobedientes”, além de “guerras, sacrifícios, mitos e rituais”.
Por:Carta Capital