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terça-feira, 17 junho, 2025
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Calor extremo no Mundial de Clubes acende alerta sobre riscos à saúde

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As altas temperaturas e a umidade excessiva durante o Mundial de Clubes têm despertado preocupação entre atletas, treinadores e torcedores. Diante do calor extremo, crescem os apelos por mais pausas e ajustes nos horários das partidas.

No último fim de semana, os termômetros chegaram perto dos 32°C em Pasadena, na Califórnia, durante o confronto entre Paris Saint-Germain e Atlético de Madrid. O calor intenso, somado à falta de cobertura nas arquibancadas e no gramado do Rose Bowl, tornou a experiência difícil para jogadores e público.

“Estava terrivelmente quente. Meus dedos dos pés doíam, minhas unhas estavam machucadas… é inacreditável”, relatou Marcos Llorente, meio-campista do Atlético de Madrid.

Os torcedores também se manifestaram. Muitos reclamaram das longas filas sob sol forte, da escassez de áreas com sombra e de restrições quanto à entrada com água. Alguns deixaram o estádio ainda no intervalo, temendo desidratação ou desmaios.

Outras partidas, agendadas para o meio da tarde, devem ocorrer sob condições similares, aumentando a apreensão com a segurança de atletas e espectadores.

As temperaturas acima dos 30°C não se limitaram à Califórnia. Cidades como Miami e Los Angeles também têm registrado calor extremo, com índices ultrapassando os 32°C, considerados um limite de risco por especialistas em estresse térmico.

A situação levou sindicatos de jogadores a emitirem alertas.

A partida entre Real Madrid e Al-Hilal, marcada para esta quarta-feira (18) às 16h (de Brasília), deve ocorrer sob 32°C e umidade em torno de 70%.

FIFPRO demonstra preocupação

A FIFPRO, sindicato global dos jogadores, sugeriu que a Fifa reveja a programação dos jogos.

“A FIFPRO defende medidas abrangentes de proteção contra o calor, incluindo pausas obrigatórias para resfriamento, mudanças nos horários de início das partidas e até adiamentos quando as condições representarem risco grave à saúde dos jogadores”, declarou a entidade.

A organização também destacou que o calendário apertado e os climas quentes em cidades como Orlando e Miami tornam o calor extremo uma questão cada vez mais urgente no futebol profissional.

No momento, as regras permitem apenas uma pausa obrigatória por tempo.

O técnico inglês Thomas Tuchel, que acompanha o torneio como parte do planejamento para a Copa do Mundo de 2026, alertou que o cronograma se assemelha a um “sofrimento”, com atletas enfrentando condições adversas no meio do dia.

Polêmicas no Mundial

O calor é apenas uma das polêmicas que envolvem o novo formato expandido do torneio, com 32 equipes. A FIFPRO e a Associação de Futebolistas Profissionais (PFA) já entraram com uma ação judicial em Bruxelas, acusando a Fifa de ultrapassar os limites ao impor um calendário de quatro semanas considerado insustentável, colocando os jogadores sob risco de esgotamento físico.

Críticos afirmam que o aumento no número de partidas, aliado às condições climáticas severas, pode comprometer seriamente o bem-estar dos atletas.

A Fifa, por sua vez, sustenta que a extensão dos jogos está de acordo com o Calendário Internacional de Partidas e que os protocolos atuais são suficientes.

(Reportagem de Julien Pretot; Edição de Christian Radnedge)



Fonte: CNN Brasil

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