A Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG) aprovou, na segunda-feira 14, um projeto do vereador Uner Augusto (PL) para criar o Dia Municipal dos Métodos Naturais. Para os críticos, trata-se de uma decisão anticientífica.
A matéria projeta a realização de eventos educativos, palestras e oficinas sobre métodos naturais de contracepção. Menciona, por exemplo, a observação do muco vaginal das mulheres para determinar a fertilidade.
Para Iza Lourença (PSOL), o incentivo a métodos naturais em detrimento do uso de anticoncepcionais, DIU ou preservativos pode incentivar a ocorrência de gestações não planejadas.
Cida Falabella (PSOL), por sua vez, disse se tratar de “um PL anticientífico”. Os métodos naturais, reforçou, não são a melhor forma de cuidar do planejamento familiar, além de expor mulheres e crianças a infecções sexualmente transmissíveis.
“O Ministério da Saúde indica que o método mais adequado para evitar gravidez e IST’s é o uso da camisinha combinado a outros métodos”, enfatizou.
A vereadora Janaína Cardoso (União) disse ser uma mulher cristã, mas criticou o projeto sob o argumento de que ele marca uma “volta à Idade Média”.
O autor do texto, por outro lado, alegou estar em linha com a defesa de “vida, família e liberdade” e negou o objetivo de estabelecer uma política pública.
A proposta recebeu 22 votos favoráveis, 11 contrários e quatro abstenções.
Por:Carta Capital