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terça-feira, 29 abril, 2025
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Artigos acadêmicos estão contaminados por IA

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Pesquisador criou rastreador online para listar artigos que contêm sinais da tecnologia usando frases típicas de chatbots

Mulher digitando em um notebook com os dizeres
“De acordo com minha última atualização de conhecimento” é uma das frases usadas pela IA para redação de artigos (Imagem: GamePH/iStock)

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Pesquisadores observaram aumento significativo do uso de inteligência artificial (IA) em artigos acadêmicos — colocando em xeque a integridade científica dos conteúdos.

“De acordo com minha última atualização de conhecimento”, “regenerar resposta”, “como um modelo de linguagem de IA” são algumas das frases identificadas em estudos que indicam a presença da tecnologia na redação dos textos.

Editoras ainda buscam maneiras de garantir o uso ético dos chatbots (Imagem: nuttapong punna/iStock)

Ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, têm sido amplamente usadas para preparar e revisar manuscritos e as editoras ainda buscam maneiras de garantir o uso ético dos chatbots. Algumas exigem que os autores divulguem o uso de IA, mas há centenas de casos em que isso não acontece, segundo artigo publicado na revista científica Nature.

Caçando IA

  • Em artigo publicado no ano passado, o instrutor de pesquisa e comunicação na Universidade de Louisville, no Kentucky (EUA), Alex Glynn, relatou um dos primeiros casos de uso de IA em uma publicação científica sem divulgação;
  • O texto continha a frase do chatbot “Eu sou um modelo de linguagem de IA“. “Era o mais descarado possível”, afirmou Glynn à Nature. “De alguma forma, isso passou despercebido não apenas pelos autores, mas, também, pelos editores, revisores, compositores e todos os demais envolvidos no processo de produção”;
  • Glynn criou um rastreador online, o Academ-AI, para listar artigos que contêm sinais de IA, como as palavras “Certamente, aqui estão“, outra frase típica de chatbots;
  • Até agora, 700 artigos foram identificados, sendo que 13% desses artigos apareceram em periódicos pertencentes a grandes editoras, como Elsevier, Springer Nature e MDPI.

Além dele, o pesquisador Artur Strzelecki, da Universidade de Economia de Katowice (Polônia), também reuniu 64 artigos publicados em periódicos respeitados que não cumpriram a regra de indicação de uso de IA. “Esses são lugares onde esperaríamos um bom trabalho dos editores e revisões decentes”, disse Strzelecki à Nature.

Leia mais:

Uso de IA coloca em xeque integridade dos artigos científicos (Imagem: Pere_Rubi/iStock)

Artigos sob investigação

Os artigos sinalizados por Glynn e Strzelecki estão sob investigação, segundo a equipe de notícias da Nature, que contatou as diversas editoras envolvidas. Algumas delas esclareceram que não exigem a divulgação do uso de IA ou a determinam apenas para certos usos.

No caso da Springer, de propriedade da Springer Nature, por exemplo, a edição de texto assistida por IA, que inclui alterações feitas para legibilidade, estilo e erros gramaticais ou ortográficos, não precisa ser sinalizada, conforme a reportagem.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.




Fonte: Olhar Digital

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