A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados se manifestou em solidariedade à deputada Marussa Boldrin (MDB-GO), que publicou relato nas redes sociais com denúncias de violência psicológica e física contra o ex-marido, o advogado Sinomar Vaz de Oliveira Júnior. Ele nega as agressões.
Em nota lida no plenário pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a Secretaria da Mulher afirma que o relato de Boldrin deve ser tratado como um “ato de bravura, ao romper o silêncio e expor as agressões”, além de “um gesto de resistência e força que evidencia a importância de enfrentar a cultura de violência contra a mulher”.
A manifestação da deputada foi publicada nas redes sociais, em uma carta aberta publicada na segunda-feira 28. Ela foi casada com Sinomar Júnior por oito anos. No texto, ela afirma que sofreu agressões psicológicas depois do nascimento da primeira filha. Em 2023, começaram as agressões físicas.
“Não quero mais carregar essa dor calada. Não quero mais fingir que está tudo bem. Não aceito mais ser abusada, nem física, nem moral, nem psicologicamente. Hoje, eu começo a escrever um novo capítulo da minha vida. Um capítulo de cura, de força, de dignidade. Por mim. Pelos meus filhos. Por todas nós”, disse a deputada, que teve um segundo filho.
No relato, a deputada afirma ter sido informada sobre uma relação extraconjugal do então marido e que tentou reconstruir o relacionamento para poupar a filha do trauma do divórcio. Anos mais tarde, teve uma segunda gestação.
“Engravidei do segundo filho mais uma vez tentando corrigir a rota do abuso com amor. Ao invés da relação dar sinais de melhora, os abusos se transformaram em pesadelos diários. E a pressão psicológica e moral passou a ser regra”, escreveu.
Já neste ano, ela acionou uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência, além de ter tornado públicas as denúncias. “Em 2025, resolvi seguir com minha vida para tentar voltar a ter paz, ele reagiu com ódio e me espancou pela segunda vez, agora com mais intensidade“, relatou.
Em nota à imprensa, a defesa de Sinomar Júnior afirma que “todas as questões relativas ao processo de divórcio estão sendo devidamente tratadas na esfera judicial competente, sob segredo de justiça, conforme previsto em lei”.
A defesa do ex-marido afirma, também, que houve “violação dos deveres conjugais de respeito e fidelidade” por parte da deputada. Sinomar “nega as acusações que lhe foram imputadas, apresentando, na contestação, todos os elementos necessários para o esclarecimento dos fatos, que serão agora apreciados pela Justiça”.
Por:Carta Capital