O estado do Amazonas registrou o etanol mais caro do Brasil na primeira quinzena de abril, de acordo com dados do mais recente Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). O preço médio do biocombustível no estado alcançou R$ 5,48, valor que se manteve estável em comparação ao mesmo período do mês anterior. O levantamento, que consolida o comportamento de preços das transações realizadas nos mais de 21 mil postos credenciados da empresa, revelou também que a gasolina no estado foi vendida, em média, a R$ 7,31, sem apresentar variação.
No caso do diesel, houve recuo nos preços: o diesel comum foi comercializado a R$ 6,94, com uma redução de 2,94%, enquanto o diesel S-10 teve uma leve queda de 0,28%, sendo vendido a R$ 7,03.
Apesar do etanol ser tradicionalmente uma alternativa mais barata, o alto valor registrado no Amazonas altera essa lógica. De acordo com a análise do IPTL, a gasolina passa a ser a opção mais vantajosa economicamente para os motoristas amazonenses neste momento.
No entanto, o impacto ambiental do etanol segue sendo um diferencial importante. “O etanol, por ser um biocombustível de fonte renovável e ter uma composição menos poluente, gera menos impactos ambientais e contribui de forma efetiva para uma mobilidade mais limpa e de baixo carbono”, afirmou Renato Mascarenhas, Diretor de Redes, Operações e Transformação de Negócios na Edenred Mobilidade.
Combustível mais sustentável, mas menos competitivo
Mesmo com o preço elevado, o etanol é amplamente reconhecido por seus benefícios ambientais. Produzido a partir da cana-de-açúcar ou do milho, ele possui um ciclo de carbono mais equilibrado, uma vez que o dióxido de carbono liberado na queima do combustível é parcialmente reabsorvido pelas plantas durante o crescimento. Essa característica o coloca como uma alternativa sustentável frente aos combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel.
Por outro lado, a competitividade do etanol no mercado depende diretamente da sua relação de preço com a gasolina. Em termos econômicos, o etanol só é vantajoso quando seu valor representa até 70% do preço da gasolina. No cenário atual do Amazonas, essa relação está desfavorável, levando os motoristas a optarem pela gasolina, mesmo diante de seus maiores impactos ambientais.
IPTL: um termômetro nacional dos combustíveis
O IPTL é considerado um dos mais confiáveis índices de monitoramento de preços de combustíveis no país. Ele é construído com base em uma ampla base de dados que registra uma média de oito transações por segundo, com informações provenientes de mais de um milhão de veículos administrados pela Edenred Ticket Log. O índice oferece uma fotografia precisa da realidade nos postos de combustíveis, permitindo acompanhar variações regionais e comportamentos de consumo.
Além de informar os consumidores, o IPTL também serve de ferramenta estratégica para empresas e gestores públicos que atuam no setor de mobilidade. Com mais de 30 anos de atuação, a Edenred Ticket Log integra a linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil e se destaca por oferecer soluções inovadoras para gestão e abastecimento de frotas.
Panorama nacional de preços
A situação do Amazonas contrasta com a realidade de outros estados, onde o preço do etanol apresenta valores mais acessíveis. De modo geral, o cenário nacional mostra uma estabilidade nos preços dos combustíveis líquidos, ainda que com algumas variações regionais. Em diversos estados, o etanol segue sendo uma alternativa viável para o abastecimento, principalmente em regiões produtoras, onde o custo logístico de distribuição é menor.
Desafios e expectativas para o consumidor
Para os consumidores do Amazonas, o momento é de atenção redobrada na hora de escolher o combustível. Embora a gasolina esteja mais competitiva economicamente, a decisão também envolve fatores como a consciência ambiental e os impactos a longo prazo. “O ideal seria termos um equilíbrio entre preço e sustentabilidade, com políticas públicas que incentivem o uso de biocombustíveis, sem penalizar o consumidor no bolso”, observa um especialista do setor.
A expectativa agora é de que os próximos levantamentos tragam uma possível redução nos preços do etanol, ou, ao menos, uma readequação da cadeia de distribuição que possa tornar o biocombustível mais acessível no estado.