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sexta-feira, 9 maio, 2025
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Adoção de SUVs e caminhonetes agrava trânsito, acidentes e poluição

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O crescimento explosivo de SUVs e caminhonetes nas últimas décadas está transformando a mobilidade urbana — e não para melhor, como mostram estudos recentes.

Os trabalhos mostram que esses veículos, agora mais populares do que nunca, estão diretamente ligados ao aumento do congestionamento, da poluição e da gravidade dos acidentes nas cidades.

Entre 1991 e 2025, por exemplo, a picape Ford F-150 ficou 75 cm mais longa, 20 cm mais alta e 483 kg mais pesada. Essa tendência de “superdimensionamento” se repete globalmente: SUVs representaram 48% das vendas de carros novos em 2023, contra apenas 15% em 2010.

Nos EUA, 8 dos 10 carros mais vendidos em 2025 são SUVs ou caminhonetes. Na Nova Zelândia, esse número sobe para 9 em 10.

As informações são da Forbes.

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Poluição elevada

Apesar da popularidade, os impactos negativos são evidentes. O transporte rodoviário responde por 15% das emissões globais de CO₂, com os SUVs desempenhando papel de destaque. Se fossem um país, sua frota global seria a quinta maior emissora do mundo, superando até o Japão.

Mesmo as versões elétricas não escapam das críticas: seu peso elevado acelera o desgaste dos pneus, liberando micropartículas prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

Visão aérea de trânsito nos Estados Unidos
Aumento da adoção aos SUVs, que são veículos mais robustos, diminuiu capacidade das vias, piorando o trânsito (Imagem: Michael Gancharuk/Shutterstock)

Estudos embasam cenário preocupante

  • Dois estudos recentes aprofundam ainda mais a discussão.
  • Um deles, conduzido pelos pesquisadores David Levinson (Universidade de Sydney) e Yang Gao (Universidade da Cidade de Hong Kong), analisou 25 anos de dados de tráfego em Minneapolis-St. Paul.
  • Como conclusão, eles perceberam que o crescimento dos SUVs reduziu a capacidade das vias, piorando o congestionamento.
  • De 1995 a 2019, o fluxo médio caiu de 1.850 para 1.600 veículos por faixa por hora, enquanto a participação dos SUVs saltou de 3,6% para 30,8%.
  • Outro estudo, liderado por pesquisadores do Imperial College London e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, revisou dados de mais de 682 mil vítimas de acidentes.
  • O resultado é alarmante: pedestres e ciclistas têm 44% mais chance de morrer se atingidos por um SUV, e para crianças, esse risco salta para 82%.

Com base nesses impactos, cidades como Paris, Edimburgo e Estocolmo já adotam medidas restritivas, como aumento de taxas de estacionamento e proibição de publicidade para veículos de alto impacto ambiental.

A tendência global parece caminhar para o desestímulo ao uso de SUVs em áreas urbanas — seja por razões ambientais, de mobilidade ou de segurança pública.

Pesquisadores e urbanistas alertam: sem políticas que limitem a presença desses veículos nas cidades, os avanços em transporte sustentável e segurança viária podem estar ameaçados.

Incentivo a largar os SUVs em áreas urbanas precisa ser maior, alertam especialistas; do contrário, o transporte sustentável não conseguirá avançar – Imagem: logoboom/Shutterstock



Fonte: Olhar Digital

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