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sábado, 19 abril, 2025
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a greve de fome de Glauber Braga contra ameaça de cassação

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O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ultrapassou, nesta sexta-feira 11, 60 horas em greve de fome. O protesto é uma reação à decisão do Conselho de Ética da Câmara de aprovar um relatório que recomenda cassar o mandato do parlamentar por ter expulsado, aos empurrões, um militante do Movimento Brasil Livre que o xingou nos corredores da Casa.

Para cuidar de sua saúde, Glauber fez exames de sangue e já consumiu meio litro de soro. Desde o início da greve, já perdeu quase dois quilos, segundo um comunicado divulgado nesta sexta. “Não vou voltar atrás em nenhuma das minhas decisões. Meu ato de estar aqui, em greve de fome, é minha resposta. Sei que há muitas pessoas preocupadas com minha saúde, mas quero dizer que estou bem”, afirmou.

Na quarta-feira, em seu primeiro dia de protesto, o psolista dormiu no chão da sala onde a reunião do colegiado ocorreu. Ele é monitorado por uma equipe médica, que recomendou a ingestão de isotônico e água para evitar uma desidratação total. Familiares e aliados têm se revezado para acompanhá-lo.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa dele, tem passado o dia com o marido e voltado à noite para casa para ficar com o filho de três anos, que também esteve com o pai na quinta. Não há previsão de quando a greve de fome se encerrará — Glauber prometeu permanecer na Câmara até o fim do processo que pode cassar seu mandato.

Em nota, a Casa informou que acompanhará e dará assistência ao deputado por todo o fim de semana, assim como aconteceu nos últimos dias. Apoiadores e correligionários de Glauber reclamam, porém, do que consideram uma falta de solidariedade de outros líderes.

O parecer que sugeriu a cassação de Glauber por suposta quebra de decoro parlamentar foi elaborado por Paulo Magalhães (PSD-BA) e aprovado por 13 integrantes do Conselho de Ética. A ação surgiu a pedido do partido Novo.

Ainda que o caso tenha sido motivado pelas agressões ao militante Gabriel Costenaro, o relator fez diversas menções a momentos em que Glauber acusou Arthur Lira de tentar cassá-lo, além de outras situações em que ambos trocaram xingamentos.

Há pelo menos sete citações ao ex-presidente da Câmara no parecer, quase a metade das vezes em que o militante do MBL, que foi fisicamente agredido, é mencionado.

“Se até mesmo os presidentes já foram alvos de seus ataques, já se pode imaginar qual é o tipo de tratamento que o deputado Glauber Braga dispensa aos seus demais pares. As afrontas e agressões verbais já são prática comum em sua atuação parlamentar e vêm crescendo a olhos vistos”, alegou Magalhães.

A palavra final sobre a cassação será do plenário. Antes de a ação ir à análise dos 513 deputados, cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Ainda não há uma data para a votação no plenário, decisão que cabe ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).



Por:Carta Capital

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